Algures entre o inferno e um sitio muito mau!!!

Caminhando por esquemas aleatórios
Chuleando as linhas da vida
Rebolando pela tundra do trilho
Algures entre o inferno e um sitio muito mau!

Percorrendo ruas contraditórias
Ouvindo estranhas oratórias
Estúpidas direcções
E ambíguas opiniões!

Contemplando selvagens paisagens
E curiosas personagens!
Tudo contemplo
Até a natural escuridão!

Continuo caminhando
Por este mundo enfermo!

Observo todo este ringue de oportunidades!
Esta é a minha igreja
A minha religião…
Este mundo de entifadas
Onde nada se aproxima de mais!

Observo as nuvens desamparadas
As estradas escavacadas
As faces cansadas…
Até vizinhos lacaios
E reis aios!

As coisas partem,
A natureza fere-se,
As pessoas enfurecem,
Os anjos falham,
Deus parece dormir!
Não existe fé nos homens
Apenas suspiros gnósticos!

Posso fugir como quiser
Do modo que quiser,
Sem olhar para trás
Em busca de uma nova quimera altruísta.
Em busca de uma nova primavera!
Em busca da rota da Terra Azul!

Mas se lá chegar
E constatar que não me acompanhaste
Vou querer voltar para trás,
Algures entre o inferno e um sitio muito mau…

Enquanto o mundo acaba
Quero que estejamos juntos
Deitados na cama desfeita
Contemplando as estrelas
A transformarem-se em nada!

Vou dizer que o mundo acaba…
Vou abraçar o vazio
Sentir o orgasmo virtual…
Vou mergulhar no holocausto,
Sobrevoar o triângulo das Bermudas,
Sobreviver ao cadafalso!
Vou estar na boca do lobo,
Mas vou voltar,
Algures entre o inferno e um sitio muito mau!

E no final, reconhecerei que
Viajei tanto e limitei-me apenas
A regressar a casa!