quarta-feira, 30 de janeiro de 2008


O mEu poema!

Calmamente me descrevo
Claramente me observo
Alegremente me canto…

Poço de emoções
Conjunto de emoções
Ah! Verde manto…

Uma estranha canção
Com que pinto a imaginação,
Trampolim com que salto…

Voz de coro
Com a qual corro
E viajo bem alto…

Um bom livro
Com o qual vibro
E pinto o meu retrato…

Parto pelo universo
Intocável, perverso
No meu jacto…

Calmamente me descrevo
Claramente me observo
Alegremente me canto…

Rima? Porquê?
Aqui sou mestre!
Ordem? Para quê?
Isso é rupestre!

É o meu poema
É a minha tela
É o meu filme
É o meu estádio…

Aqui sou o poeta
Controlado pelo Eu,
Uma chama inquieta
Neste fogo que é mEu…

Sou o que me apetece
Inefável, indelével
É o que me parece
Meu nome é Miguel…

De signo Capricórnio,
Por aqui se vê,
Sou o heterónimo
Que a minha alma lê…

Não sei o meu fado,
Tenho alguma curiosidade,
Nele tenho pensado
Com uma gota de subjectividade…

Poetas, mestres, sábios
Todos tiveram o seu momento!
Dizem os meus lábios:
É chegado o tEu momento…

Poema incompleto
Retrato inacabado
Filme repleto
Jogo prolongado…

Sou assim, rei
Do meu presente;
Pergunto-me como serei
Daqui em frente…

Calmamente me descreverei
Claramente me observarei
Alegremente me cantarei…

Para sempre,
Meu poema escreverei…

domingo, 27 de janeiro de 2008


O “tal rapaz”

Esta é a história de um rapaz!
Um rapaz que um dia não quis crescer
E que a certa altura desejou compreender,
Como o Amor consegue ser tão fugaz!

Convém explicar-vos que a minha função
Nesta história
É ajudar o rapaz a atingir a razão
E leva-lo de novo à “glória”!

O “tal rapaz”
É um animal que se alimenta
De sonhos e de recordações,
De vivências e de suposições…

Faz da vida um
Tabuleiro de palavras!
Gosta de agir
Adora fazer rir!
Faz da vida um
Conto de Natal!
Faz dos seus princípios
O seu melhor recital…

O seu mundo prospera
Embalado pelo sonho!
E é lá, que ele espera
Para te levar deste mundo medonho!

É pois, um estranho ordeiro,
Neste mundo marinheiro!
Acha-se sozinho na multidão,
Pensa-se perdido na solidão…

O “tal rapaz” de que vos falo,
Está provavelmente consciente
Deste teatro do absurdo,
E sabe que o âmago da questão,
Será apregoar mais um grito mudo,
Para persuadir a vossa reconciliação!

Ciente de que já errou…
Anseia ferozmente receber
Um beijo da moça que tanto gostou
E tentar de novo crescer…
Ser outra ocasião
Caseiro do teu coração!
Afinal,
O amor deles tudo superou!
Mas terá de te perguntar
Se estás disposta a amar…

E assim
Solta feitiços ocultos …
Que não são mais que esboços
Dos seus fiéis tumultos!

O vosso amor
Não pode parar de rolar!
Foi tempo esplendor!
Um amor para recordar…
Foram instantes estonteantes!
Foram ápices gritantes…
Foram momentos memoráveis!
Foram rimas fáceis…
Foi afrodisíaco!
Foi maníaco…
Foi pretérito mais que perfeito!
Foi tempo maneio…
Foi…
Será?

E então…
Conhece um lugar
Onde nem os carros vão!
Um lugar ao luar
Onde vocês se reencontrarão!
Um lugar onde todos são vizinhos!
Uma terra prometida
Onde jamais ficarão sozinhos!
Uma descomunal subida
Onde trocarão carinhos!

Possui o estigma das vossas histórias.
Aliás, possui a mais bela das memórias!
Por favor, ouve a sua acústica,
Daquela vossa forma rústica!

Sente pensando…
(e o tempo vai passando!)

Esse “tal rapaz”
Contou-me um dia que
Gostava de te surpreender,
De conseguir voar,
De desfrutar o seu poder
Para que o conseguisses de novo amar!

Gosta de jogar
Ao “faz de conta”!
Gosta de se lembrar
Como te chamava de tonta!

E afinal de contas,
Recapitulando toda a história:

O “tal rapaz”
É um animal que se alimenta
De sonhos e de recordações,
De vivências e de suposições…
Por isso,
Alguns conselhos rapaz:
Vive tranquilo e em harmonia!
Nunca digas “adeus” ou “até um dia”…
Cuidado com as teias,
Com as gentes lacaias!
Não vivas paredes-meias
Com os “Maias”!
Sê um menino mágico,
Nunca uma fantasia de plástico!

Tamanha euforia,
Pouca alegria!
Apenas quer ser animal!
Um velho cão,
Que briga para não ficar mal
No meio desta confusão!

A vida é assim mesmo…
Preenchida por encontros
E desencontros…

Enfim…
Tudo o que ele almeja dizer,
Se o quisesses ouvir,
É que não o deixes partir!
Só te pede mais meia hora.
Receia que te vás embora!

Por simples palavras
E por subtis devaneios…
Se conta a história
Desse destemido “tal rapaz”!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008


UMA NOITE “MEDIAVAL”

(dedicado a todos os que participaram nesta noite!)

Ontem foi espectacular!
Foi um a vomitar
Outro sempre a mamar
E outro passou a noite a cagar!

Tem o cú dorido!
Cagou, cagou, cagou…
Podia ter morrido!
Mas Deus o salvou!

(Miguel)

Tudo começou no jantar
Que até parecia ter graça
Mas que o que se veio a revelar
Foi quase uma autêntica desgraça!

Eram nove, todos a beber
Vinhaça da fina e da boa
Mas demoramos a perceber
Que aquilo nos deixava à toa!

(Tiago)

Entoando cânticos devassos
Extasiados com luzes e banais devaneios
Abandonamos a casa de bagaços
Tropeçando nos próprios passos
Pl’as ruas
Maldizendo os passeios!

Acomodamo-nos em casa alheia
Em busca de sei lá o quê
Havia escadas infinitas onde vergavam pés
A descida foi derradeira
Cá em baixo no escuro não se vê
Palavras foram ditas mais que uma vês!

(Hugo)

Tal foi a borga
Que depois da vinhaça
Curtimos a “torga”
E lançamos fumaça!

(Carlos)

Já na discoteca
Uma mente capta,
Enquanto eu bebia uma caneca
Provocou-me uma afta!

A noite foi muito porreira
Encontramo-nos agora a relembrar
Foi mais uma borracheira
Que as nossas vidas vão marcar!

A vida tem destas cenas
Beber, beber, beber…
Por estas coisas pequenas
Vos digo: nunca mais vos irei esquecer!

(Miguel)

Mais importante que o vinho, o arroz e o entrecosto
Foi poder estar com os amigos
Que eu tanto prezo e gosto!

Não houve mulheres, nem carros, nem futebol
Mas houve convivência, alegria e diversão
Juntamente com as batatas, o branco e o tintol!

(Tiago)

No horizonte da memória prevalecerá a união
A lembrança é sempre lembrança
A nostalgia e o coração, a salubre vastidão… da amizade.
Na aresta do futuro a esperança!

(Hugo)

A esperança como aresta do futuro?
Sim, claro! A sua força inefável
Impede que a nossa vida seja um muro
De lamentações, mas sim um acto memorável!

A vós, meus amigos
Que estão enraizados na minha história,
Espero que cumprem os vossos objectivos
E que as vossas vidas sejam encaminhadas pela glória!

(Miguel)

domingo, 6 de janeiro de 2008


Poesia


Poesia é, tem de ser,
Sentir, dar, criar, receber.
É a claridade do obscuro,
São as ondas do mar,
Os mares dos oceanos,
Os oceanos deste mundo,
Um mundo para além do evidente
Para lá da realidade material.
Será um problema metafísico?
Problema não será!
É sim uma resolução,
Resolução para a inexistência
Da existência como ser.
Poesia somos Nós.
Poesia são os sonhos,
Pois eles comandam a vida,
Assim como a poesia comanda a literatura!
Poesia são os dias que completam
Um ano, uma década, um século.
É algo intocável e que ao fim ao cabo
Está tão próximo do nosso alcance.
O que seria a escrita sem poesia?
Certamente seria como alguém
Sem coração, sem alma
Um ser fútil e incompreendido.
Uma obra sem dono.
A escrita é e tem de ser
Fá da poesia, que é
Rastilho da imaginação,
A chama do pensamento
E a cinza do desejo.
É todo o potencial universo,
Toda esta matéria morta e viva
Que nos rodeia e cumprimenta.
A poesia é a água que
A escrita bebe;
H2O pura, como uma
Gaivota sobrevoando o mar
Agitado e revoltado de Inverno.
É autentica, é verdadeira,
É possível e está aqui!
Isto é a poesia!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008


A Vida!


A vida…
De que se trata?
Como se desenrola?
Quanto tempo dura?
Quem a controla?
Tantas são as questões
Que esta pequena palavra
Suscita… a vida!

Será como um comboio?
Guiada por alguém
Sempre nas mesmas linhas;
Sempre as mesmas viagens;
Sempre as mesmas pessoas;
Sempre a mesma monotonia!

Será como um pequeno barco?
Guiado por alguém
Sempre no mesmo mar;
Sempre as mesmas viagens;
Sempre o mesmo objectivo;
Sempre a mesma adrenalina!

Será como um pássaro?
Guiado por ninguém
Tanto no céu como na terra;
Tantas são as viagens,
Encontros e desencontros;
Mas sempre tão espectaculares!

Prefiro pensar que são os três!
Há momentos para tudo!
Uns de aventura, outros
De rebeldia ou até
De mitigação e perseverança!

Há de facto algo que
Me incomoda na interpretação
Que eu próprio faço da vida!
(Perdoa-me o meu gnosticismo)
Ela consegue ser tão irredutível,
Tão incompleta…
Tão injusta…
Mas é tão bela e poderosa!
É sem duvida o poder
E a enfermagem mais
Preponderante que possuo!
Mas não é só minha;
É de todos nós…

Para acabar, assumo claramente
Que não controlo a minha vida,
Pelo menos como quereria!
E como eu, ninguém!
Consola-me!

Tu, ó vida; ó minha vida!
Acredito em ti piamente!
És abreviatura da minha morte,
És poesia consumida do eu,
És dialogo de paz (interior),
És acto propositado;
És uma pequena palavra
Mas com tanto significado!

És intemporal,
O tempo não é
Com certeza teu rival,
É antes o teu amigo aliado!
És um ciclo,
Que não possui meio,
Apenas principio e fim!
És o tudo do nada
Que é a morte!

A vida é…
Quem sabe ao certo?

Mas tu vida,
Diz-me quem eu sou!
Diz o que me está reservado!
Absolve-me, pune-me
Mas não me abandones;
Pois és tudo o que tenho!

Obrigado…