
O Zé perdeu-se!
Era uma vez o Zé! O Zé que fazia rir! O Zé que aparecia!
Era uma vez o Zé! O Zé que fazia! O Zé que prestava atenção!
O Zé que tinha saudades do nada, e do que do nada se fartava!
O Zé que achava tudo, mesmo achando que nada sabia!
O Zé deixou de importar ou de se importar!
Era uma vez o Zé! O Zé que viajava, ainda que muitas vezes quieto e calado!
Era uma vez o Zé! O Zé que escrevia o que olhava!
O Zé que anotava sem apontar!
O Zé que cresceu sem querer morrer!
O Zé que viu e que queria ser visto!
Era uma vez o Zé! O Zé que falava alto para não estar calado!
Era uma vez o Zé! O Zé que exigia e que cumpria!
O Zé que brincava e que depois se aborrecia!
O Zé que tinha coragem, mesmo quando o medo se adiantava!
O Zé que sonhava mas não contava!
O Zé perdeu-se enquanto se tentava encontrar!
Foi-se a gargalhada e permaneceu o silêncio!
Os anos foram-se em pouco tempo!
O Zé foi sem fazer as malas e sem deixar bilhete!
E assim, de uma vez, o Zé deixou de ser e fez-se desaparecer!


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