segunda-feira, 1 de abril de 2019

 


Num dia em que o próprio tempo se surpreendeu,
sentei-me comigo num banco de Lisboa! Comecei a falar-me!
Esqueci-me de trazer a imperial, que em muitas conversas me acompanhava!
Fui-me perguntando quando é que me tornei tão chato?
Quando é que fiquei com a cara que todos me devem e ninguém me paga?
O que fiz às ideias, aos propósitos?
Quando é que deixei de apontar o que imagino? De guardar o que importa?
De produzir em vez de vegetar no que já foi feito?


Observo o rio que teima em trazer gentes e em levar corpos cansados!
É um ir e vir constante sem nunca chegar realmente a qualquer lado!
E penso se não será isto que estou a fazer com o tempo!
Acordo, levanto, vou, regresso, deito. E para onde fui? Para onde me levou? Exacto!
Aqui, agora, sentado, a falar comigo mesmo! A pensar!
Bem, vou-me pagar uma imperial que já estou em divida.