segunda-feira, 14 de julho de 2014




Casa dos sonhos...

Numa destas noites,
embrulhado em monotonia,
aventurei-me numa volta pelos subúrbios
da inconsciência!
No meio de ideias vandalizadas,
encontrei abandonada a casa dos sonhos!

Uma escadaria de cimento indica-me
a porta da cave!
O musgo cobre parte dos degraus,
sinal que já faz algum tempo que ninguém
pisa este solo!
Meio aberta, a porta range ao empurrá-la!
Lá dentro encontro a
arrecadação da imaginação!
Não encontro nada de valor!
Parece que tudo que de bom havia
foi saqueado por egoístas anónimos!

Numa parede um grafiti:
“A única forma de vida aceitável
seria conforme a natureza,
pois tudo o mais não passa de vento.”

Não sei se concordo!
Para isso tínhamos de definir o vento:
O que vai e o que vem!
O que leva e o que trás!
Bem, mas isso podemos discutir
noutro devaneio que não este!

A porta fecha-se com estrondo!
Dá a sensação que estou numa prisão sem grades!
Escuro, silêncio, isolado de perspectivas!
Resta-me olhar para o amanhã com os olhos fechados!
Há quem o faça a jogar roleta russa
com uma bala e um revolver!
Há melhor de seis, dizem eles!

Subo as escadas que dão acesso
à cozinha das acções!
Assaltei o congelador, mas eram poucas
as que lá permaneciam…
Preguiçosos criadores!
Há quem acorde só para voltar adormecer!

Olho mais uma vez, e vejo caído
por cima do chão um livro aberto!
Era um álbum de ontens
com fotografias do presente!
Quando é que me vi pela última vez? (pergunto)

O relógio da consciência toca
e saio apressado que já se faz tarde!
Corro pelas vielas da inconsciência
e chego ao sono, cansado…

Horas depois acordo!
Sem álbum ... mas com memória!