domingo, 20 de novembro de 2011


Sentado ao largo de uma costa,
numa pedra que por aqui descansa,
observo um mar, que se confunde com rio,
invadindo-se de circunstancialismos!

Ligo a música do quotidiano,
sinto o cheiro da maresia,
palpo histórias erosivas
e provo sonhos nunca antes postos à prova!

Passa um comboio...
passam dois e três...
E por aqui me vou deixando ficar
tal e qual um sem abrigo
por debaixo de um bote,
tal e qual um marinheiro
com receio de regressar a terra!

Um mar revoltado tende a acalmar-se
perante um sol generoso...

Aponto a um edifício que torto se ergue.
Logo a seguir, um pontão onde desaguam
as impurezas de uma vida inteira,
tentando contagiar um mar
facilmente influenciável.
No horizonte, vejo pequenos barcos
que serpenteiam uma indústria de capitalismo!
Uma ponte que une margens e marginais,
que Cristo apoia de braços abertos!
Observo o vento empurrando gaivotas silenciosas!
Cumprimento a letargia que teima em correr
num extenso passeio marítimo!

E tudo isto em pequenos instantes!
Imagino se por aqui me mantivesse
à conversa com a curiosidade,
as coisas para as quais
a natureza me poderia alertar!