sexta-feira, 30 de abril de 2010

Viagem à preguiça ...

Uma vez mais recosto-me na preguiça!
Faço as malas e viajo até à frustração,
onde tropeço em futuros inconsequentes!
Não chove! Não faz sol!
Ninguém parece escutar-me!
Dou esmola a poetas de rua!
Observo a antinomia!
Tiro fotografias à mitigação!
Filmo personagens asténicas,
que respiram as nauseas do quotidiano,
expiram o embaraço
e tossem barbaridades forjadas!
Uns voltam de onde partiram,
outros fogem para onde padeceram!
Num quarto, onde a cama mais
parece um caixão de esqueletos,
liberto o corpo e
castigo a alma!
Abro uma caixa vazia
de onde tiro coisa alguma!
Vagueio por caminhos ermos,
onde avarentos batem palmas
esfregando as mãos!
Aqui, falar do sórdido,
por vezes pode sarar o sofrimento!
...
Regresso da preguiça!
Ainda entorpecido,
desfaço as malas
e grafito as recordações!
Tantas vidas para usar!
Quantas faltam, eu não sei!